15 de maio de 2011

Vivendo e aprendendo



São muitos os métodos existentes que visam ao aprendizado. Alguns especialistas afirmam que, dentre todos esses métodos, os melhores são a repetição, a própria experiência ou ainda o próprio erro.


Partindo do pressuposto de que a experiência ensina, uma campanha publicitária realizada no Brasil gerou grande polêmica ao trancar humanos em elevadores por um minuto. A intenção era boa: fazer com que os seres humanos aprendessem que não devem prender animais silvestres e, muito menos, submetê-los ao tráfico.

Presos no elevador, membros de nossa espécie experimentaram, em tese, a mesma sensação que os animais têm ao serem privados de sua liberdade em caixas apertadas. Houve gente que ficou razoavelmente calma, gente que chorou e gente que, depois de quase ter um surto de tanto nervosismo, saiu gritando o quão irresponsáveis e inúteis esses serviços de elevador conseguem ser.

Uma reação justificada. Claro! Essas pobres pessoas não podem ficar presas em caixas desconfortáveis, logo no meio da semana, logo quando todo mundo tem tanta coisa para fazer. E foi exatamente por essa razão que foi gerada a polêmica. Alguns advogados consideraram a campanha um crime contra os direitos humanos e o resto o leitor já deve imaginar.

Eu não sei dizer se foi crime mesmo ou não. Nem cabe a mim julgar. O que eu quero ressaltar aqui é que, no meio de toda essa discussão, fica ali, abandonada e reprimida a crítica que deu início à confusão: os homens precisam aprender a parar de prender e traficar animais. Mas vai ficar complicado aprender tal coisa agora. O pessoal faz uma campanha ousada e inteligente, querendo ensinar que animais não são brinquedos e acaba aprendendo que mexer com o bicho homem é que "não é brinquedo não".

Ficar preso no elevador é ruim? Experimenta ficar preso numa caixa com péssima ventilação, ferido, sem água nem alimentos e ainda viajar por dias num sacolejo sem fim. Perder um minuto do seu precioso dia por culpa de má manutenção é um absurdo? Experimenta ser privado permanentemente de sua liberdade e passar o resto da vida sendo mal tratado por culpa da ganância humana. Vamos, seres humanos, decidir, pela própria experiência o que é pior!

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